quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Delcídio recebeu propina sobre contrato de US$ 500 milhões no governo FHC, diz Cerveró

Fonte: ESTADÃO: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/tags/delcidio-amaral/


Delcídio Amaral

Delcídio recebeu propina sobre contrato de US$ 500 milhões no governo FHC, diz Cerveró

POR JULIA AFFONSO E FAUSTO MACEDO
17/12/2015, 10h00
Nestor Cerveró afirmou que o então diretor de Gás e Energia, Delcídio Amaral, foi beneficiário de repasse sobre contrato de turbina de US$ 500 milhões em 2001


Delcídio do Amaral foi preso no dia 25. Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters

Delcídio do Amaral foi preso no dia 25. Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters
O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que o senador Delcídio Amaral (PT/MS) recebeu propina de contratos das empresas Alstom e GE quando ambos trabalhavam na Diretoria de Gás e Energia da Petrobrás, em 2001, no Governo Fernando Henrique Cardoso. Em umdos acertos, afirmou o ex-diretor, a propina saiu de um contrato de US$ 500 milhões de turbinas de ar.
Delcídio foi preso em 25 de novembro sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador temia a delação premiada do ex-diretor e, segundo o Ministério Público Federal, tentou comprar o silêncio de Cerveró.
Preso desde janeiro de 2015, Nestor Cerveró aceitou contar o que saber sobre o esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobrás em troca de benefícios como redução de pena. Em seu termo de colaboração número 1, o ex-diretor contou que Delcídio Amaral assumiu a função de diretor da estatal em 1999, por indicação do PMDB. No ano seguinte, contou Cerveró, ele próprio foi convidado por Delcídio para compor a recém criada Diretoria de Gás e Energia.
“No período em que trabalhou vinculado a Delcidio Amaral, o declarante (Cerveró) e Delcídio Amaral receberam propina da empresa Alstom, com base em um contrato de aquisição de turbinas a gás pela Petrobrás; que o declarante recebeu em torno de US$ 600 mil a US$ 700 mil; que os pagamentos ocorreram na Suíça; que não sabe quanto Delcídio Amaral recebeu, mas deve ter sido muito mais do que os valores pagos ao declarante, já que Delcídio Amaral era diretor de Gás e Energia, hierarquicamente superior ao declarante”, declarou.
Cerveró detalhou outro recebimento de propina no mesmo contrato. “O declarante sabe que, nessa época, Delcídio Amaral também recebeu propina da empresa GE, igualmente com base em contrato de aquisição de turbinas a gás pela Petrobrás; que em relação a essa aquisição o declarante não recebeu propina; que o negócio girou em torno de US$ 500 milhões; que o declarante não sabe quanto Delcídio Amaral recebeu nem tem informações precisas sobre isso.”
No depoimento, Cerveró afirmou que Delcídio deixou a diretoria no fim de 2001. Após a saída, Delcídio se filiou ao PT e foi eleito senador por Mato Grosso do Sul.
Delcídio Amaral já havia sido citado por outro delator da Lava Jato. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa o apontou como destinatário de propinas da Alstom.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa já havia dito também em delação premiada que, em função do problema de racionamento de energia elétrica ‘no ano de 2001 ou 2002’, a Petrobrás adquiriu emergencialmente turbinas a gás para termoelétricas. Na época, Delcídio era diretor de Gás e Energia da estatal.
Por meio da Diretoria de Gás e Energia da Petrobrás, foi adquirida uma quantidade de turbinas bastante superior a necessária”, declarou Paulo Roberto Costa. “Várias turbinas permaneceram por longo período de tempo no almoxarifado da Petrobrás; que havia comentários dentro da Petrobrás sobre a compra desnecessária dessas turbinas; que também havia comentários de que a Alstom havia pago propina em razão dessa operação de compra de turbinas.”
Delcídio negou, em depoimento à Polícia Federal, que tenha tramado contra a Lava Jato ou recebido propinas.
Quando o nome da empresa foi citado, a Alstom reiterou o seu total compromisso no seguimento das leis e regulamentos dos países onde atua.

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