Afastados do governo federal, Lula, PT e Dilma, e partidos aliados tal como o PCdoB poderiam iniciar processo para recuperação de imagem e credibilidade junto ao povo e classe média intelectualizada, comprometendo-se publicamente com seu Programa Partidário e com mudanças efetivas verdadeiramente progressistas para 2018.
Assim, deixar-se-ia a Temer - a serviço do setor rentista - a tarefa suja e antipatriótica de tocar as receitas das classes dominantes aumentando as contradições dentro dos sistemas econômico-financeiro no Brasil, privatizando estatais, aumentando o desemprego e rasgando a CLT. Com Temer no Poder, a repressão aos movimentos populares tende a aumentar e tornar-se mais violenta, certamente com a criação de novos tipos penais incidentes sobre estratégias populares de sobrevivência o que aumentaria o encarceramento em massa, elevando o número da população carcerária hoje em torno de 670 mil internos para números mais alarmantes.
Num sistema carcerário falido e que vem acumulando a décadas altíssimo grau de ofensas graves aos direitos humanos é necessário denunciar internacionalmente o fato de que a população carcerária no Brasil é composta de 320 mil presos provisórios, sem condenação, ou seja, que ainda não foram e não se sabe quando serão julgados por um Tribunal democrático que garanta efetivamente o direito à ampla defesa, ao contraditório, ao devido processo legal com justa e humana prestação jurisdicional, dentro dos parâmetros constitucionais e dos Tratados internacionais de direitos humanos.
Diante de tal quadro, Temer e sua camarilha golpista adentraria cada vez em práticas autoritárias, exteriorizando cada vez mais seu caráter extremamente fascista, acirrando a luta de classes, a ponto de ensejar, involuntariamente, condições objetivas para uma grande manifestação popular de repúdio e resistência a este sistema opressor, porém sem qualquer partido político na vanguarda deste processo.
Um PT cabisbaixo, deslegitimado, retornando ao Poder agora, incorreria em erro crasso, indesculpável, se fosse para fazer mais do mesmo, ou seja, para administrar o capitalismo, sem uma teoria revolucionária, sem apoio em bases populares, sem apoio no parlamento, sem condições de fazer as reformas estruturais que o Brasil tanto necessita, e causaria um grande desserviço para a esquerda brasileira e da América Latina, prejudicando cada vez mais o tão sofrido povo, pavimentando, assim, uma super via para a direita mais cruel, retrógrada e grotesca, transitar livre e impunemente pelo Brasil por décadas. O momento é de rearticular toda a esquerda brasileira promovendo um grande e intenso debate crítico e autocrítico, deixando de lado o fisiologismo o apego a cargos, status e poder em prol do fim das desigualdades sociais, econômicas e politicas objetivando um Brasil mais justo e solidário.
Precisamos pensar e repensar o Brasil a partir dos direitos balizados pela Constituição Nacional de 1988 sem aceitar qualquer flexibilização em sua estrutura destacando sempre que faz-se necessário o fiel cumprimento da CF para que possamos realizar concreta e minimamente todos os direitos nela previstos principalmente aqueles que ainda carecem de regulamentação legal como ocorre no âmbito dos direitos e liberdades individuais e sociais, nas disposições sobre o Sistema Financeiro, Tributário e Fiscal nacionais, na Saúde, Educação, Segurança, Cultura, Lazer e por último, mas nem por isso menos importante, no tocante às Comunicações Sociais que definitivamente precisa ser rigorosamente regulado no mais curto espaço de tempo.
Ou fazemos isso ou permaneceremos sofrendo barbaramente num Brasil atrasado, desigual, autoritário, com índices alarmantes e trágicos de desemprego, violência urbana e no campo, com instituições e práticas individuais e sociais corruptas, corruptoras e sonegadoras, extremante distante das grandes nações que evoluíram mais do que a nossa e conquistaram um mínimo de direitos e garantias individuais e sociais, grande desenvolvimento com o mínimo de agressão ao meio ambiente, pleno emprego, se possível, e uma justa distribuição de renda e incentivo à empresas do ramo da produção de bens indispensáveis ao atual estágio das necessidades humanas.
Por Fernando Claro, em 21 de maio de 2016
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